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Alunos e professores da Roménia, na semana de 9 a 13 de Março, no âmbito do projeto Erasmus + “Let’s share our heritage!”, vieram partilhar do nosso património e do nosso dia a dia aos vários níveis.
lmpulsionados pelo gosto de bem receber por cá, todos fizeram a sua parte. O acolhimento fez-se com música e dança, graças a contributos variados, desde os de alunos do 5.º ano aos da Diretora, não faltando o hino da escola nem a experiência do nosso folclore (e de outros!), muito menos o nosso artesanato e a nossa gastronomia! À boa maneira portuguesa, os pais dedicaram-se com tal generosidade como se tivéssemos cá não uma, mas as quatro comitivas antes esperadas, apostando não só na quantidade, mas também na variedade e qualidade dos acepipes, que fizeram as delícias tanto dos visitantes como de quem é da casa.
E assim se acumularam mais energias para levar a cabo o grande propósito, apoiado num programa rico e intenso, que consistia em fazer viver Portugal em cinco dias a quem nos visitava!
Se as danças e a música permitiram quebrar o gelo, a gastronomia repor energias e desafiar os sabores, a oficina de azulejos permitiu o contacto direto com uma arte milenar, tão característica do nosso país desde há vários séculos, e um melhor conhecimento de um elemento decorativo típico, que tem sido também suporte para a expressão artística nacional. Desta forma, mas embalados também pelos trabalhos realizados nas diferentes escolas, foram os alunos de um e outro país lançados na grande reflexão subjacente a este encontro, que consistia em perceber o que é a identidade e como é que o património molda ou define a identidade de um povo.
E porque a língua também é um fator de identidade por excelência, como esperado, os nossos alunos experimentaram ainda ser atores e professores, numa aula dinâmica de português para estrangeiros que, certamente, permitiu aos jovens de visita dirigir algumas palavras e expressões às famílias que os acolheram, tal como fizeram na escola.
Sendo os grandes desafios deste projeto assentes no princípio de “aprender fazendo”, com especial relevo para atividades fora da sala de aula e os vários sentidos orientados para o património, este encontro privilegiou as visitas de estudo, dando a conhecer não só o nosso concelho como também a região, com especial destaque para os nossos moinhos de maré, mas também os moinhos de vento de Palmela, a Casa-Museu José Maria da Fonseca, com as suas antigas adegas, e o incontornável Parque Natural da Arrábida, no qual património natural e património cultural estão em perfeita harmonia. Pelo seu valor paisagístico, histórico-cultural, botânico, zoológico e geológico, foi à Arrábida que foi dedicado mais tempo, tendo o grupo inclusivamente feito um percurso pedestre entre as ruínas romanas do Creiro e a gruta de Santa Margarida, lado a lado com um dos raros exemplos do maquis mediterrânico.
E como estes encontros internacionais não são meros passeios turísticos, os nossos jovens anfitriões, apoiados nos trabalhos realizados com este propósito, foram, por momentos, os guias, ajudando a compreender o que o olhar nos ia oferecendo e alimentando o conhecimento de que todos haveriam de dar conta…
Voltando ao nosso concelho, mereceram também uma atenção especial a igreja da Arrentela, a Quinta da Fidalga e a baía do Seixal, que, para ser vivida em pleno, obrigou a um passeio no típico “Varino Amoroso”, o qual nos permitiu voltar ao moinho já visitado um dia antes, agora noutra perspetiva, e ir ao encontro de aves muito especiais, como a garça-branca-grande e a garça-real, entre outras.
E foi a bordo que a notícia da declaração de pandemia pela OMS nos chegou, levando a equipa da Roménia, coordenadora do projeto, a desistir do programa previsto para o dia seguinte, um dia programado para a descoberta da capital e das suas ruelas e bairros, do Lisboa Story Centre, de Belém… e, no fundo, de uma boa parte da História da região e do país…
Os dias que se seguiram não foram, contudo, dados como perdidos: parte do programa de sexta-feira antecipou-se para quinta… Discutiu-se e escolheu-se o logo do projeto, deu-se a conhecer mais sobre a História e Cultura dos países envolvidos e mais, muito mais sobre a nossa escola e o nosso patrono, especialmente sobre o que este deu ao país e aos portugueses. E ouviram-se pregões populares e canções em vozes muito especiais, ao vivo, que emocionaram quem ouviu! E tudo com a prata da casa!...
Mas houve tempo também para visitar a exposição de trabalhos feitos no âmbito do projeto, para trabalhar em grupo, revendo a semana, os registos individuais e a pares naquele que era um guião e um diário, especialmente pensado para esse efeito e para servir de base ao início de uma história prestes a começar, desafiando a imaginação e a perceção de como são os portugueses e o seu país.
O mote estava lançado. No dia seguinte, far-se-ia o que antes já havia vontade de fazer, mas não tempo... Haveríamos de nos encontrar todos num belo parque, com uma vista encantadora, o parque urbano do Seixal, onde teria lugar um agradável piquenique e onde o início da história se iria realmente escrever com os vários contributos de uns e de outros. As novas tecnologias permitiram-no. Afinal, não é só na sala de aula que há espaço para a escrita e para a avaliação!... Ali também se fizeram. Houve trabalho, convívio, exercício e ar puro. E a história vai continuar. Há de continuar no próximo país.
Resta um sentido agradecimento a todos os que contribuíram, à sua maneira, para o sucesso desta semana, apesar de todo o contexto…